RRR. Oi? Heim? Fala, tô no ônibus. PIIIF. Claro, claro, to indo aí. Me espera. Saí de casa bem cedo só pra isso, peguei o ônibus das oito horas. PIIIF. Heim? OI-TO HO-RAS. OOOOOI-TO. RRR. É o pior horário. Lotadaço, não dá nem pra respirar. PIIIIF. Repete, a gorda do meu lado ta roncando. PIIIF. Repete de novo que agora ela tá reclamando no meu ouvido. Gorda é foda. RRR. PIIIF. É FODA, não EU FODO. Nem ferrando, tá louco? Se é pra botar pra foder, pego logo a gostosa da frente. Aliás, to quase lá. PIIIF. É, ralando tudo aqui. E agora ela deu pra olhar pra trás, acho que tá gostando. Se o viado do motorista continuar a fazer curva fechada, logo logo ela está é embaixo de mim. RRR. PIIIF. Pois é. Me lembrou uma mulher aí com quem eu ando saindo. PIIF. Não, você não conhece. PIIF. Não conhece, juro. PIIIF. Tá bom, vou te contar uma coisa. Mas você sabe que eu te considero pra caramba, né? PIIIF. RRR. Tô comendo sua mulher. PIIIF. TÔ COMENDO SUA MULHER. RRR. PIIIF. Não, nem toda vez, imagina. Às vezes eu levo ela no swing e a gente troca. PIIF. É, troca. De mulher. PIIIF. É, a sua mulher. PIIIF. Como assim cancelado? Eu já estou no ônibus. RR. PIIF. Pô, camarada. Saio cedo de casa, pego um ônibus cheio de nordestino piolhento, ardo minhas hemorróidas nesse banco, agüento o cecê do babaca ao lado, ouço os gritos dessa criança catarrenta na minha frente e você cancela tudo por causa de mulher? RRR. PIIIF. Tira do viva voz. PIIIF. TIRA DO VIVA VOZ. PIIIF. Isso, tira logo. RRR. PIIIF. Obrigado. Só queria dizer que nossa amizade acabou, mas odeio expor minha intimidade.
Carol Rosa
segunda-feira, 13 de julho de 2009
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