Querido leitor, aviso que, pela primeira vez, o texto abaixo não é de minha autoria. Aproveitando o exercício pedido pelo Marcelino Freire, segue o compilado das melhores frases que eu ouvi nos últimos 3 dias. Acredite, alguém falou essas coisas:
“Ela tava coçando ali...aliiii, sabe? Daí ela perguntou: Não tem Maizena aí não? Era falta de lavar" – Danilo Thomaz
“Tinha um pastor evangélico que se chamava Miranda Leal. Ele tem uma igreja que dizia que o fim do mundo ia ser no ano 2000 e que todos deviam pagar pelo perdão do senhor... lógico que em 2001 ele estava foragido da justiça. Apelidaram ele de Mimanda Real” – Rafael Goiraeb
“Ela saía na rua de camisolinha coladinha – gorda ela – e ainda colocava o maço de cigarro no meio dos peitos” – Danilo Thomaz
“A gente menospreza a capacidade do ser humano de passar por cima de outro ser humano quando se trata do assunto de se dar bem por cima da pessoa dos outros” – Motorista da Ponte Orca
“A senhora tá indo pra USP? Eu faço Letras lá. “Eu faço” não porque é errado...”eu presenteio” – Homem no ponto de ônibus
"Tinha uma puta lá na rua dela que cobrava duas cervejas ou uma refeição. E se você visse ela, ainda achava caro" - Danilo Thomaz
“Faz-se roupas para prédios” – Placa perto da minha antiga casa (Essa é antiga, mas eu não poderia deixar passar)
terça-feira, 24 de abril de 2007
Desculpas do futuro
- Professora, meu cachorro comeu a lição.
- Professora, meu cachorro deletou o arquivo.
- Não é você, sou eu.
- Não é você, é o seu clone.
- Não viajo em aviões. Tenho medo que caiam.
- Não viajo em aviões. Tenho medo que batam.
- Se você fosse pobre eu te amaria do mesmo jeito.
- Se você fosse terráqueo eu te amaria do mesmo jeito.
- Casamento? Não temos condições psicológicas para isso.
- Casamento? Não temos condições cibernéticas para isso.
- Não pareço com o meu pai porque fui trocado na maternidade.
- Não pareço com o meu pai porque fui trocado no laboratório.
- Relaxa mãe, maconha é a mais leve de todas.
- Relaxa mãe, heroína é a mais leve de todas.
- Pai, não fui eu.
- Pai, será que fui eu mesmo? Ou foi você agindo através de persuasão inconsciente?
- Professora, meu cachorro deletou o arquivo.
- Não é você, sou eu.
- Não é você, é o seu clone.
- Não viajo em aviões. Tenho medo que caiam.
- Não viajo em aviões. Tenho medo que batam.
- Se você fosse pobre eu te amaria do mesmo jeito.
- Se você fosse terráqueo eu te amaria do mesmo jeito.
- Casamento? Não temos condições psicológicas para isso.
- Casamento? Não temos condições cibernéticas para isso.
- Não pareço com o meu pai porque fui trocado na maternidade.
- Não pareço com o meu pai porque fui trocado no laboratório.
- Relaxa mãe, maconha é a mais leve de todas.
- Relaxa mãe, heroína é a mais leve de todas.
- Pai, não fui eu.
- Pai, será que fui eu mesmo? Ou foi você agindo através de persuasão inconsciente?
segunda-feira, 23 de abril de 2007
Ah, o do vizinho...
Querido. Quê. Quero um refrigerante. Que refrigerante. Qualquer um. Qualquer um qualquer um? Qualquer um qualquer um.
Volta Querido com a Coca. Volta uma amiga com Querido. Vem com uma Sprite na mão, a diaba. Vixe Maria, que calor. Valha-me Deus, que Sprite suada.
Tsssss. Tá ela lá, tomando Sprite gelada e eu aqui com Coca. Tá louco? Tá louco o quê. Trazer Coca pra mim. Tava afim de outra coisa? Tava afim de uma Sprite.
Coitado do Querido. Comprar outro refrigerante nesse calor. Caralho, não vai ter jeito. Com a cara fechada, levanta e sai. Compra o refrigerante. Caminho de volta, olha a amiga. Com a Sprite na mão, a diaba. Cristo, que amiga gostosa. Caramba, que maravilha de corpo suado.
- Que droga. Vendo esse corpo suado...Tomando essa Sprite suada. Comprei a mulher errada!
Volta Querido com a Coca. Volta uma amiga com Querido. Vem com uma Sprite na mão, a diaba. Vixe Maria, que calor. Valha-me Deus, que Sprite suada.
Tsssss. Tá ela lá, tomando Sprite gelada e eu aqui com Coca. Tá louco? Tá louco o quê. Trazer Coca pra mim. Tava afim de outra coisa? Tava afim de uma Sprite.
Coitado do Querido. Comprar outro refrigerante nesse calor. Caralho, não vai ter jeito. Com a cara fechada, levanta e sai. Compra o refrigerante. Caminho de volta, olha a amiga. Com a Sprite na mão, a diaba. Cristo, que amiga gostosa. Caramba, que maravilha de corpo suado.
- Que droga. Vendo esse corpo suado...Tomando essa Sprite suada. Comprei a mulher errada!
quinta-feira, 19 de abril de 2007
Vadeco e a Arara Azul – Uma história de amor e traição
Sempre que João sentava naquele sofá vermelho rasgado, já sabia que não viria grande coisa. Mas ser amigo de Vadeco era isso mesmo: móveis velhos cheios de pulgas, café ralo, o inexpugnável cheiro de mofo e longas conversas que nunca chegavam a lugar nenhum. “Mas quem sabe essa chegue”, pensou João. Afinal, Vadeco havia lhe telefonado com a promessa de uma grande novidade.
Estavam agora um de frente para o outro. Vadeco mexia o nariz fazendo pular os óculos remendados, um tique que sempre precedia alguma de suas “grandes revelações”. João aguardou atento por alguns segundos o anúncio que veio sem cerimônias:
- Estou apaixonado por uma arara azul.
João sequer se perguntou se havia ouvido direito o que o amigo dissera. A gargalhada veio-lhe espontaneamente.
- Ora, não seja tolo, Vadeco. – respondeu assim que o riso cessou – Todo mundo é apaixonado por araras azuis.
- Você não está entendendo, João – retrucou Vadeco, impaciente – Eu não estou apaixonado PELAS araras azuis. Eu estou apaixonado por UMA arara azul. Quero me casar com ela, constituir família.
- Ah sim. E é correspondido ao menos?
- Creio que sim – respondeu Vadeco olhando ao longe, com um leve sorriso no rosto – Sempre que vou para o sítio ela está lá, se exibindo para mim. Às vezes foge quando eu chego perto, mas você sabe como são as fêmeas, adoram se fingir de desinteressadas para que aprendamos a lhes dar valor.
- Ah sim, isso lá é verdade. – disse João prontamente.
Ambos ficaram pensativos, refletindo sobre tal revelação. João coçava o queixo, como se tivesse algo a dizer e não soubesse como.
- Deixe de cerimônia, João. Diga logo qual é o problema. – Vadeco o olhava ansioso percebendo a relutância do amigo.
- Eu estava aqui pensando no casamento de vocês. Ela vai trabalhar? Porque o único emprego que eu consigo visualizar para uma arara azul seria o de atração em exposição.
- JAMAIS! Mulher minha não vai ficar por aí se exibindo para qualquer um. Você está louco, João? Nem casei ainda e você já está querendo me arrumar motivo pra divórcio? – Vadeco esbravejava com tanta intensidade que a saliva voava para todos os cantos da sala.
- Calma, calma. Eu imaginei que você não fosse querer isso. O meu ponto é: se ela não vai trabalhar, corre o risco de ficar entediada, aí já viu né. Rotina é o maior veneno para um casamento.
- Ah sim. Já pensei em uma solução para isso. Vamos ter um filho logo depois que nos casarmos. Um bebê resolveria todos os nossos problemas. Ela vai ficar em casa cuidando dele e assim que eu chegar do trabalho, ela estará feliz e realizada. Assim teremos toda disponibilidade do mundo para...er...você sabe, né. Um filho será para a gente um sinônimo de descanso, despreocupação, liberdade – Vadeco erguia mais os braços a cada palavra, como se quisesse alcançar sua noiva no céu afora para desposá-la ali mesmo.
Sua empolgação acabou atingindo João, que levantou estasiado e deu no amigo um longo abraço.
- Bravo, Vadeco, bravo. Realmente, um filho provavelmente diminuiria pela metade o trabalho de vocês e tornaria a rotina muito mais calma. Conserve esse pensamento e vocês terão um grande casamento pela frente, camarada.
Mas não tiveram. Meses depois, João recebeu uma carta de Vadeco com a triste notícia. A arara azul o desonrara antes mesmo que se casassem, traindo-o com um pombo sujo qualquer. E perante tal humilhação, o noivo traído não teve outro remédio senão denunciar o paradeiro da traidora a um caçador de aves.
Assim que acabou de ler a carta, João suspirou fundo e lamentou pelo amigo. Pensava no infortúnio do companheiro com a carta em mãos quando uma enorme ratazana e seu filhote apontaram no portal e cruzaram a sala. João se levantou imediatamente e pôs-se a correr atrás deles, sacudindo a carta no ar. Deram várias voltas pela sala, até que João conseguiu encurralar ambos, mãe e filhote, em um dos cantos do cômodo. Olhando firmemente para os olhos da fêmea, ergueu a mão que segurava a carta, e a desceu rapidamente. Ele depositou o envelope na frente dos dois e falou a eles com uma voz ao mesmo tempo calma e ofegante:
- Querida, filho, leiam isso. É carta do Vadeco para nós. Acreditam que aquele desmiolado queria se casar e ter filhos com uma arara azul? Realmente, como tem gente atarantada nesse mundo.
Estavam agora um de frente para o outro. Vadeco mexia o nariz fazendo pular os óculos remendados, um tique que sempre precedia alguma de suas “grandes revelações”. João aguardou atento por alguns segundos o anúncio que veio sem cerimônias:
- Estou apaixonado por uma arara azul.
João sequer se perguntou se havia ouvido direito o que o amigo dissera. A gargalhada veio-lhe espontaneamente.
- Ora, não seja tolo, Vadeco. – respondeu assim que o riso cessou – Todo mundo é apaixonado por araras azuis.
- Você não está entendendo, João – retrucou Vadeco, impaciente – Eu não estou apaixonado PELAS araras azuis. Eu estou apaixonado por UMA arara azul. Quero me casar com ela, constituir família.
- Ah sim. E é correspondido ao menos?
- Creio que sim – respondeu Vadeco olhando ao longe, com um leve sorriso no rosto – Sempre que vou para o sítio ela está lá, se exibindo para mim. Às vezes foge quando eu chego perto, mas você sabe como são as fêmeas, adoram se fingir de desinteressadas para que aprendamos a lhes dar valor.
- Ah sim, isso lá é verdade. – disse João prontamente.
Ambos ficaram pensativos, refletindo sobre tal revelação. João coçava o queixo, como se tivesse algo a dizer e não soubesse como.
- Deixe de cerimônia, João. Diga logo qual é o problema. – Vadeco o olhava ansioso percebendo a relutância do amigo.
- Eu estava aqui pensando no casamento de vocês. Ela vai trabalhar? Porque o único emprego que eu consigo visualizar para uma arara azul seria o de atração em exposição.
- JAMAIS! Mulher minha não vai ficar por aí se exibindo para qualquer um. Você está louco, João? Nem casei ainda e você já está querendo me arrumar motivo pra divórcio? – Vadeco esbravejava com tanta intensidade que a saliva voava para todos os cantos da sala.
- Calma, calma. Eu imaginei que você não fosse querer isso. O meu ponto é: se ela não vai trabalhar, corre o risco de ficar entediada, aí já viu né. Rotina é o maior veneno para um casamento.
- Ah sim. Já pensei em uma solução para isso. Vamos ter um filho logo depois que nos casarmos. Um bebê resolveria todos os nossos problemas. Ela vai ficar em casa cuidando dele e assim que eu chegar do trabalho, ela estará feliz e realizada. Assim teremos toda disponibilidade do mundo para...er...você sabe, né. Um filho será para a gente um sinônimo de descanso, despreocupação, liberdade – Vadeco erguia mais os braços a cada palavra, como se quisesse alcançar sua noiva no céu afora para desposá-la ali mesmo.
Sua empolgação acabou atingindo João, que levantou estasiado e deu no amigo um longo abraço.
- Bravo, Vadeco, bravo. Realmente, um filho provavelmente diminuiria pela metade o trabalho de vocês e tornaria a rotina muito mais calma. Conserve esse pensamento e vocês terão um grande casamento pela frente, camarada.
Mas não tiveram. Meses depois, João recebeu uma carta de Vadeco com a triste notícia. A arara azul o desonrara antes mesmo que se casassem, traindo-o com um pombo sujo qualquer. E perante tal humilhação, o noivo traído não teve outro remédio senão denunciar o paradeiro da traidora a um caçador de aves.
Assim que acabou de ler a carta, João suspirou fundo e lamentou pelo amigo. Pensava no infortúnio do companheiro com a carta em mãos quando uma enorme ratazana e seu filhote apontaram no portal e cruzaram a sala. João se levantou imediatamente e pôs-se a correr atrás deles, sacudindo a carta no ar. Deram várias voltas pela sala, até que João conseguiu encurralar ambos, mãe e filhote, em um dos cantos do cômodo. Olhando firmemente para os olhos da fêmea, ergueu a mão que segurava a carta, e a desceu rapidamente. Ele depositou o envelope na frente dos dois e falou a eles com uma voz ao mesmo tempo calma e ofegante:
- Querida, filho, leiam isso. É carta do Vadeco para nós. Acreditam que aquele desmiolado queria se casar e ter filhos com uma arara azul? Realmente, como tem gente atarantada nesse mundo.
segunda-feira, 9 de abril de 2007
A saga do escritor ou A morte da consciência
Ele pegou sua caneta e disse aos seus seguidores que superassem os outros homens. Eles se armaram de facas e foices, violentaram as mulheres, mataram homens, machucaram crianças e fizeram prisioneiros.
- Mas não foi isso o que eu quis dizer – lamentou.
- Você não pode ensiná-los a ouvir - respondeu ela de dentro da sua cabeça.
Então chamou-os novamente. Pediu que refletissem. Sugeriu que se imaginassem em situação semelhante à dos prisioneiros. Eles imaginaram e mutilaram os prisioneiros antes que esses tivessem a oportunidade de dar um troco à altura.
- Não era isso o que eu queria - disse ele.
- Você não pode mostrar a eles como pensar - ela explicou.
Desesperado, ele entregou a eles todos os livros do mundo. Selecionou as páginas mais preciosas e grifou passagens que poderiam lhes ser úteis Mas eles usaram os livros de combustível para uma grande fogueira e nela queimaram os corpos dos prisioneiros. O cheiro das letras mortas impregnou o ar, o pó das mentes queimadas tomou toda a Terra.
- Nunca planejei semelhante espetáculo - ele bradava angustiado.
- Não cabe a você fazer com que entendam – a voz dela ecoou pelo seu cérebro.
Decidiu então reuni-los para lhes ensinar sobre as coisas. Contou-lhes o significado de tudo e exemplificou os ensinamentos mostrando onde haviam errado. Eles aprenderam, mas se sentiram tão culpados que se jogaram na fogueira. O fogo que consumiu as letras e mentes, devorou também o último facho de esperança.
- Mas eu dei a eles tudo o que precisavam na vida.
- Mas você não pode ensiná-los a viver.
Ele então tirou a caneta do papel, virou-a com a ponta para a frente, empunhou-a como uma arma letal e saiu à caça de vítimas. Ela foi sua primeira.
- Mas não foi isso o que eu quis dizer – lamentou.
- Você não pode ensiná-los a ouvir - respondeu ela de dentro da sua cabeça.
Então chamou-os novamente. Pediu que refletissem. Sugeriu que se imaginassem em situação semelhante à dos prisioneiros. Eles imaginaram e mutilaram os prisioneiros antes que esses tivessem a oportunidade de dar um troco à altura.
- Não era isso o que eu queria - disse ele.
- Você não pode mostrar a eles como pensar - ela explicou.
Desesperado, ele entregou a eles todos os livros do mundo. Selecionou as páginas mais preciosas e grifou passagens que poderiam lhes ser úteis Mas eles usaram os livros de combustível para uma grande fogueira e nela queimaram os corpos dos prisioneiros. O cheiro das letras mortas impregnou o ar, o pó das mentes queimadas tomou toda a Terra.
- Nunca planejei semelhante espetáculo - ele bradava angustiado.
- Não cabe a você fazer com que entendam – a voz dela ecoou pelo seu cérebro.
Decidiu então reuni-los para lhes ensinar sobre as coisas. Contou-lhes o significado de tudo e exemplificou os ensinamentos mostrando onde haviam errado. Eles aprenderam, mas se sentiram tão culpados que se jogaram na fogueira. O fogo que consumiu as letras e mentes, devorou também o último facho de esperança.
- Mas eu dei a eles tudo o que precisavam na vida.
- Mas você não pode ensiná-los a viver.
Ele então tirou a caneta do papel, virou-a com a ponta para a frente, empunhou-a como uma arma letal e saiu à caça de vítimas. Ela foi sua primeira.
segunda-feira, 2 de abril de 2007
Motivos e motivos
- Onde você está indo com esse cartaz escrito “Fora Bush”?
- Para uma passeata. Vamos?
- Legal. Onde vai ser?
- Na Avenida Paulista.
- Ah, é lá que ele vai ficar hospedado?
- Não é não.
- E como é que ele vai ver o cartaz?
- Talvez na televisão.
- Ah, vai passar na CNN?
- É provável que não.
- Na HBO?
- Não.
- Na Sony?
- Não. Em nenhuma dessas, ok? Talvez passe na Globo. Está contente agora?
- O presidente dos Estados Unidos assiste a Globo?
- Não sei.
- E nem vai procurar saber?
- Não, não vou. Olha aqui, vai que o cartaz sai na capa de um jornal e a Condoleezza compra um exemplar para o Bush.
- Hum, tudo bem. Se ele souber ler português...
- Se ele não souber, alguém que sabe lê para ele, ok?
- Mas aí ele já não vai estar fora? De que vai adiantar?
- Vai adiantar que ele saberá que nós não gostamos dele.
- Nós quem?
- O pessoal da passeata.
- E porque ele iria querer que o pessoal da passeata gostasse dele?
- Porque nós somos o Brasil.
- O pessoal da passeata é o Brasil? Espera aí, quantas pessoas você disse que vão mesmo?
- Não são muitas. É apenas uma representação do Brasil, entende?
- Mas não é o presidente que representa o Brasil?
- É, mas ele não está fazendo isso direito. Está muito ocupado atendendo os interesses políticos dos mensaleiros.
- E não é errado?
- É.
- Então por que você não faz um cartaz para protestar contra isso?
- Ora, não seja tolo. Até parece que não sabe que esse tipo de coisa não funciona!
- Para uma passeata. Vamos?
- Legal. Onde vai ser?
- Na Avenida Paulista.
- Ah, é lá que ele vai ficar hospedado?
- Não é não.
- E como é que ele vai ver o cartaz?
- Talvez na televisão.
- Ah, vai passar na CNN?
- É provável que não.
- Na HBO?
- Não.
- Na Sony?
- Não. Em nenhuma dessas, ok? Talvez passe na Globo. Está contente agora?
- O presidente dos Estados Unidos assiste a Globo?
- Não sei.
- E nem vai procurar saber?
- Não, não vou. Olha aqui, vai que o cartaz sai na capa de um jornal e a Condoleezza compra um exemplar para o Bush.
- Hum, tudo bem. Se ele souber ler português...
- Se ele não souber, alguém que sabe lê para ele, ok?
- Mas aí ele já não vai estar fora? De que vai adiantar?
- Vai adiantar que ele saberá que nós não gostamos dele.
- Nós quem?
- O pessoal da passeata.
- E porque ele iria querer que o pessoal da passeata gostasse dele?
- Porque nós somos o Brasil.
- O pessoal da passeata é o Brasil? Espera aí, quantas pessoas você disse que vão mesmo?
- Não são muitas. É apenas uma representação do Brasil, entende?
- Mas não é o presidente que representa o Brasil?
- É, mas ele não está fazendo isso direito. Está muito ocupado atendendo os interesses políticos dos mensaleiros.
- E não é errado?
- É.
- Então por que você não faz um cartaz para protestar contra isso?
- Ora, não seja tolo. Até parece que não sabe que esse tipo de coisa não funciona!
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