terça-feira, 4 de setembro de 2007

O.A.

Na primeira vez que resolvi experimentar, me pareceu boa idéia. Era um amigo que estava oferecendo, e em amigo a gente deve confiar. Mesmo assim fiquei meio relutante. Fui sorvendo aos poucos, primeiro com cautela, depois, como a única poça em quilômetros de deserto.
No começo parecia grande coisa e, como toda grande coisa, caiu na rotina. Se tornou indispensável como geladeira, pasta de dente e novela das oito. Era como sentar no canto do restaurante, perto da parede, naquela mesa em que você se sente seguro. Mas por trás de tudo havia uma certeza: eu estava vulnerável. Havia pulado do abismo e me iludia que aquilo era a corda que me segurava na beirada. Era hora de procurar ajuda.
- O primeiro passo...
- Isso, diga, diga qual é o primeiro passo – minhas mãos suavam, estava prestes a me inebriar de novo.
- O primeiro passo é você quem tem que decidir.
Parecia injusto. Eu deveria depender de mim mesma. Só o que me arrumaram foram dois tampões de ouvido, para impedir que a substância penetrasse na minha cabeça. Tudo se tornou insuficiente para mim. Me recuperar do irrecuperável, esse era o desafio. Eu sabia que voltariam a me afrontar. E foi o que aconteceu. Assim que esse texto saiu, eu resisti em pedir, mas não demoraram a oferecer.
- Quer uma opinião?
- Não, obrigada. - O primeiro passo estava dado. Eu me libertara do vicio.

3 comentários:

Caio Graciano disse...

é, então acho melhor eu nem dar minha opinião...rs

Igor Graciano disse...

Parece que vai chover .... ...

...



.............

É acho que vai.....

Carol Rosa disse...

Huheuahuea. Muito beem, garotos...rs